segunda-feira, 16 de novembro de 2009

onde é que eles andam afinal? alguém sabe? eu sei! e também sei onde não andam, sei que eu não sou, os meus familiares (com quem me relaciono) também não, os meus amigos também não, os meus conhecidos também não, os amigos dos meus familiares (dos tais com quem me relaciono) também não, os conhecidos dos familiares (sim, dos tais com que me relaciono) também não, os amigos dos meus amigos também não, os conhecidos dos meus amigos também não, os amigos dos meus conhecidos também não e nem os conhecidos dos meus conhecidos são, portanto eu diria que não existem, que são um mito. só pode, são um mito.
Eu e todos os outros que referi antes somos bons, bons não, bonzões! somos todos teoricamente adeptos do civismo e pratica-mo-lo no nosso dia-a-dia, alguns até em sonhos (faça-se aqui uma chamada de atenção para o "até" que não substitui a prática do civismo no dia-a-dia, mas funciona aqui como um reforço de ideia, como alguém que é tão cívico, tão cívico, que nem em sonhos lhe escapa), somos todos altamente profissionais e extremamente qualificados nas diferentes áreas (poderia ser estranho não sermos todos chefes, todos mesmo, os tais que referi lá mais acima, mas é facilmente explicável, não há, AINDA, lugar para todos lá no topo), somos todos lindos de morrer, usamos roupas e calçados de marca, ouvimos o som da moda, falamos todos de política, economia e futebol, temos todos "grandes" casas, somos todos desencalhados (termo que abrange todos os casos possíveis, excepto os solteiros no verdadeiro significado da palavra, leia-se pessoas que nem beijinhos trocam com outros), resumindo, somos todos fantásticos.
Se somos tão todos tão fantásticos, quer isso dizer que afinal a sociedade onde nos inserimos é perfeita porque é feita de pessoas perfeitas (nós e os tais círculos), ora, onde estão afinal os tais de que falei ao início? os idiotas, os vegetais, os parvos com que nos deparamos todos os dias e que parecem achar que Portugal é só deles? que são mais espertos que os outros e que eles é que sabem? estão do lado de lá do balcão ou do telefone, no atendimento dos serviços públicos, ou de qualquer outro serviço já agora, estão no carro ao lado que tenta porque tenta forçar a entrada à nossa frente na fila de vários quilómetros, ah afinal estão em todo o lado... se estão em todo o lado, não estarão (também) reflectidos no espelho? (no vosso claro, que no meu nem pensar, nem no meu, nem nos meus círculos) ;-)

Um comentário:

  1. Eu sei quem são e estão por todo o lado. São OS OUTROS. Eles é que têm espelhos com reflexos manhosos, que o meu espelho é dos bons e não faz nada disso... ;)
    Já na série LOST, os culpados, os maus, eram sempre OS OUTROS.

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