A edição deste Domingo da "Pública" traz um artigo sobre o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais. Curiosamente tinha tido ontem à noite, antes do jogo de Portugal, uma conversa exactamente sobre este tópico, interrogando-me onde irá parar este país. Voltarei a este assunto noutros posts, mas vou-me centrar neste artigo.
A presunção de inocência é um direito de qualquer cidadão, mas neste caso existe uma pena de 7 anos de prisão efectiva, da qual Isaltino recorreu. Alguns factos (segundo o artigo):
- Oeiras é o concelho do país com mais licenciados e doutorados.
- É o terceiro concelho português em qualidade de vida, segundo um estudo da Universidade da Beira Interior.
- Isaltino Morais reconheceu em tribunal utilizar dinheiro que sobrou da campanha eleitoral em seu benefício. 400 mil euros depositados na Suíça, dos quais usou algum para comprar alguns bens pessoais.
- Existem outras acusações que ditaram a pena, estas não reconhecidas pelo autarca e que creio ser alvo de recurso.
Não tenho a menor dúvida que tem muita obra feita em Oeiras. Isaltino conseguiu desenvolver o concelho, mantendo a qualidade de vida, atraindo muitas empresas de referência para o TagusPark, Quinta da Fonte e Lagoas Park, requalificou a zona ribeirinha, etc.
Mas, triste país este em que se colocam de parte todos os valores morais.
Ser eficiente e competente como autarca é o dever de qualquer um que seja eleito. Ou seja, ter feito bem o seu trabalho não lhe dá o direito de cometer ilegalidades.
Não consigo perceber como, mesmo assim, 32 407 pessoas o reelegeram como presidente da câmara.
Provavelmente, temos o país que merecemos.
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