domingo, 15 de novembro de 2009

O país que merecemos

A edição deste Domingo da "Pública" traz um artigo sobre o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais. Curiosamente tinha tido ontem à noite, antes do jogo de Portugal, uma conversa exactamente sobre este tópico, interrogando-me onde irá parar este país. Voltarei a este assunto noutros posts, mas vou-me centrar neste artigo.

A presunção de inocência é um direito de qualquer cidadão, mas neste caso existe uma pena de 7 anos de prisão efectiva, da qual Isaltino recorreu. Alguns factos (segundo o artigo):

  1. Oeiras é o concelho do país com mais licenciados e doutorados.
  2. É o terceiro concelho português em qualidade de vida, segundo um estudo da Universidade da Beira Interior.
  3. Isaltino Morais reconheceu em tribunal utilizar dinheiro que sobrou da campanha eleitoral em seu benefício. 400 mil euros depositados na Suíça, dos quais usou algum para comprar alguns bens pessoais.
  4. Existem outras acusações que ditaram a pena, estas não reconhecidas pelo autarca e que creio ser alvo de recurso.

Não tenho a menor dúvida que tem muita obra feita em Oeiras. Isaltino conseguiu desenvolver o concelho, mantendo a qualidade de vida, atraindo muitas empresas de referência para o TagusPark, Quinta da Fonte e Lagoas Park, requalificou a zona ribeirinha, etc.

Mas, triste país este em que se colocam de parte todos os valores morais.

Ser eficiente e competente como autarca é o dever de qualquer um que seja eleito. Ou seja, ter feito bem o seu trabalho não lhe dá o direito de cometer ilegalidades.

Não consigo perceber como, mesmo assim, 32 407 pessoas o reelegeram como presidente da câmara.

Provavelmente, temos o país que merecemos.

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