sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eco Tretas

Conheci esta semana uma pessoa que tem uma mota eléctrica e que a usa diariamente no seu “commuting”. Ora o individuo em questão começou a conversa mostrando-se incomodado com o barulho que os carros e as outras motas fazem, e que ele já habituado ao quase inaudível zumbido do seu motor eléctrico, cada vez gostava mais do seu meio de transporte. E que no último ano só tinha gasto algumas dezenas de euros num pneu, e que era a única despesa que tinha tido, nos milhares de quilómetros que já tinha feito. E que estas baterias eram o estado-da-arte tecnológico, só é pena custarem uns 4000€(!). E que carregam num instante, em qualquer sitio. Só vantagens, portanto.
Vendo o caminho que levava a conversa, perguntei: então e a luz que isso gasta? não custa? quantos Kw isso gasta num carregamento? Ah, que gasta pouca luz, uns 4 ou 5 Kw/h e que carrega totalmente em duas horas.
Fiz as contas, gastando 10Kw num carregamento, a EDP cobra cerca de 12 cêntimos por Kw/h, o que dá mais ou menos 1,2€.
Então e quantos quilómetros fazes com um carregamento, perguntei a seguir: Eu moro em Almada, venho para Lisboa todos os dias, e à hora de almoço vou ali à “estação de serviço” da EDP onde a electricidade é por enquanto gratuita...
Então carregas as baterias em casa e tens que carregar outra vez à hora de almoço? sim, se não for assim não consigo voltar a casa…
Soma então 2,4€ por dia em electricidade e a necessidade de 4 horas diárias “agarrado à parede”, o que ao fim do mês dará cerca de 50€ de despesa e 80 horas de abastecimento. Como se vê não é grátis, não é rápido e nem sequer muito barato…
Ah – acrescentou ele – mas há fichas eléctricas por todo o lado - qualquer centro comercial tem fichas eléctricas nas garagens por causa das máquinas de limpeza – portanto é só parar ali e ligar!
Olha este – pensei eu – então assim é fácil, andas por aí a gamar electricidade e portanto este transporte fica-te barato e é só vantagens!

Resumindo, o individuo tem uma mota eléctrica, e como gasta muito pouca luz paga por ele, aquilo é o máximo, e é uma pena não haver muito mais gente como ele, o que transformaria o panorama, o ruído e o cheiro das nossas cidades. Lindo. Adoro estas pérolas.
Esta pessoa dormirá em paz com a sua consciência verde, feliz por não poluir. Ainda bem para ele.

Há no entanto um detalhe (se calhar pouco importante) que este cartoon mostra muito bem – e por aqui me calo, que esta imagem vale bem mais do que mil palavras.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

what-the-fuck & what-the-fuck-is-this

há coisa de duas semanas aconteceu-me uma coisa curiosa que não me acontecia para aí desde os tempos da faculdade e os tempos imediatamente a seguir, que é o chamado efeito what-the-fuck?
primeiro que tudo e antes que se queixem da generalidade do efeito para um milhão de situações deixem que vos esclareça sobre o mesmo, hoje, o efeito what-the-fuck representa esta situação e nada mais, se entretanto me deparar com mais uma situação merecedora deste título chamar-lhe-ei what-the-fuck-is-this, para já vamo-nos cingir ao motivo deste post.
como dizia, há coisa de duas semanas ia eu no colombo quando de repente passo por um colega (achava eu) do local onde trabalho, ora nós aqui sempre nos cumprimentámos cordialmente com bom dia, boa tarde e até amanhã mas nada mais, única e somente isto, é portanto de esperar que quando nos encontramos fora do local de trabalho que o nosso cumprimento seja em tudo semelhante a isto, mas não, eu ia acompanhada do meu companheiro e ele ia acompanhado da companheira dele, sorri e disse olá ao que ele respondeu efusivamente com dois beijinhos que me iam dando cabo das minhas belas bochechas (pensei que ia resultar em fractura) e ainda me esteve a perguntar sobre como estavam as coisas na sede e foi mais ou menos nesta altura que percebi que de facto não o tenho visto nos últimos tempos, lá lhe respondi e porque estávamos acompanhados não tive coragem de lhe perguntar porque raios é que ele, um tipo que trabalha no mesmo sítio que eu, me está a perguntar como está o local de trabalho, afinal de contas (pensei eu muito rapidamente) estar a perguntar isto ia querer dizer que não fazia puto de ideia (mais ou menos) de quem ele era... o que é (mais ou menos lá está) verdade. é impressionante como as pessoas mudam a atitude e os cumprimentos quando mudam de habitat! Impressionante, eu diria mesmo what-the-fuck!
Paralelo a isto há o lado mais ou menos oposto que é falarmos bem com os nossos colegas no trabalho, bem mesmo, dizermos piadas, fumarmos juntos, cumprimentamo-nos efusivamente (mas com limites claro) todos os dias e depois encontramos essas pessoas fora do local do trabalho e parece que têm medo de nos falar, sobretudo quando são do sexo oposto ao nosso e ainda para mais se algum vai acompanhado, parece que temos que esconder algo, ou que somos amantes e que temos que evitar que alguém repare (já agora, só para que se saiba, não tenho nenhum amante no trabalho), mas esta situação é em tudo semelhante à anterior só que pior, enervante e até certo ponto triste, diz-me que as pessoas que conheço não são as pessoas que conheço são pessoas que vivem com várias personalidades dentro de si... e isso.... deve ser triste, digo eu... como esta situação apesar de semelhante não é a mesma da anterior podemos chamar a esta o efeito what-the-fuck-is-this.
E pronto, pensem nisto, sejam honestos convosco e com as pessoas que vos rodeiam garanto-vos que só têm a ganhar, não há nada melhor que dizer uma "ordinarice" no trabalho e depois com o nosso companheiro ao lado dizer outra "ordinarice" (se a coisa se proporcionar nesse sentido) quando nos cruzamos com alguém conhecido com quem até nos relaccionamos benzito no dia a dia e seguir o nosso rumo, felizes e contentes, sem passar pelo stress de "xi man, agora como é que lhe falo!?" que é por demais infantil.

fyi, esta segunda situação não é nenhum post recado a nenhum dos meus colegas directos, são situações que já vivi várias vezes e parvas, antes prefiro o cumprimentar que quase "racha" bochechas :-)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cimeiras da Treta





Todos os anos, os chefes de estado dos maiores países do mundo ( e às vezes também o José Sócrates e o Durão Barroso ) organizam mega reuniões para debater as grandes questões que preocupam a humanidade. Neste últimos dias estão a acontecer duas, Cimeira de Copenhaga sobre o clima e a Cimeira da FAO sobre a fome.
Apesar da pertinência e preocupação que os temas merecem, os resultados destes mediáticos encontros são sempre os mesmos.
Primeiro fazem-se os diagnósticos e aí todos estão de acordo. Os cenários são catastróficos e preocupantes e por isso exigem medidas urgentes.
Depois quando vamos a ver que decisões se tomaram para resolver os problemas, ouvimos falar em compromissos para pensarem em se comprometerem a tomar decisões no próximo encontro (provavelmente daqui a 4 anos). Ou seja não vão fazer nada e fica tudo na mesma.
Parece que estes temas não são suficientemente importantes para que os líderes mundiais deixem de lados os interesses financeiros e pensem primeiro no planeta e nas pessoas.
Enquanto isso delegam nos cidadãos comuns o esforço e a tarefa de resolver estas questões.
Deixo aqui alguns exemplos de ideias e organizações de ajuda humanitária que muitas vezes fazem o que os governos podiam e deviam fazer.
Charity Water
Free Poverty
Kiva
Stand Againt Poverty

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

onde é que eles andam afinal? alguém sabe? eu sei! e também sei onde não andam, sei que eu não sou, os meus familiares (com quem me relaciono) também não, os meus amigos também não, os meus conhecidos também não, os amigos dos meus familiares (dos tais com quem me relaciono) também não, os conhecidos dos familiares (sim, dos tais com que me relaciono) também não, os amigos dos meus amigos também não, os conhecidos dos meus amigos também não, os amigos dos meus conhecidos também não e nem os conhecidos dos meus conhecidos são, portanto eu diria que não existem, que são um mito. só pode, são um mito.
Eu e todos os outros que referi antes somos bons, bons não, bonzões! somos todos teoricamente adeptos do civismo e pratica-mo-lo no nosso dia-a-dia, alguns até em sonhos (faça-se aqui uma chamada de atenção para o "até" que não substitui a prática do civismo no dia-a-dia, mas funciona aqui como um reforço de ideia, como alguém que é tão cívico, tão cívico, que nem em sonhos lhe escapa), somos todos altamente profissionais e extremamente qualificados nas diferentes áreas (poderia ser estranho não sermos todos chefes, todos mesmo, os tais que referi lá mais acima, mas é facilmente explicável, não há, AINDA, lugar para todos lá no topo), somos todos lindos de morrer, usamos roupas e calçados de marca, ouvimos o som da moda, falamos todos de política, economia e futebol, temos todos "grandes" casas, somos todos desencalhados (termo que abrange todos os casos possíveis, excepto os solteiros no verdadeiro significado da palavra, leia-se pessoas que nem beijinhos trocam com outros), resumindo, somos todos fantásticos.
Se somos tão todos tão fantásticos, quer isso dizer que afinal a sociedade onde nos inserimos é perfeita porque é feita de pessoas perfeitas (nós e os tais círculos), ora, onde estão afinal os tais de que falei ao início? os idiotas, os vegetais, os parvos com que nos deparamos todos os dias e que parecem achar que Portugal é só deles? que são mais espertos que os outros e que eles é que sabem? estão do lado de lá do balcão ou do telefone, no atendimento dos serviços públicos, ou de qualquer outro serviço já agora, estão no carro ao lado que tenta porque tenta forçar a entrada à nossa frente na fila de vários quilómetros, ah afinal estão em todo o lado... se estão em todo o lado, não estarão (também) reflectidos no espelho? (no vosso claro, que no meu nem pensar, nem no meu, nem nos meus círculos) ;-)

Berlim

Fez a semana passada 20 anos da queda do muro de Berlim, o marco mais significativo da guerra fria. É uma data a recordar. Este acontecimento mudou completamente a face do mundo. Tudo mudou desde então, para melhor dizem uns, para pior dirão outros. Creio haver algumas semelhanças (dadas as respectivas proporções), com o 25 de Abril de 1974 português. Também este acontecimento, para alguns, deixa alguma nostalgia em relação ao tempos anteriores. Especialmente quando as coisas não correm bem com esta nossa democracia ou com este nosso capitalismo. Felizmente há homens como Mikhail Gorbatchov e Lech Walesa, verdadeiros obreiros da abertura dos países comunistas ao resto do mundo.
Alguma música para comemorar o acontecimento. Berlim, além das bolas com creme, fazem-me lembrar dois grupos: Einsturzende Neubauten e U2. Os primeiros porque cantam em alemão e de quem gostei particularmente há alguns anos, quando ouvia alguma música mais negra.





Já os segundos, tẽm uma ligação especial a Berlim, onde iniciaram a gravação do seu albúm "Achtung Baby" no ano seguinte à queda do muro. Para mim o melhor dos albúns de U2 da era moderna (pós "The Unforgetable Fire").




Para terminar em grande, o filme de Wim Wenders, "As Asas do Desejo" e a música de Nick Cave.

domingo, 15 de novembro de 2009

Bom Inverno

Na onda do ecletismo poliglota do tecla 3, aqui vai uma do Bon Iver, "Bom Inverno" ;-), para "alegrar" este dia cinzento. Uma óptima música para ouvir no Inverno, se é que existe isto de músicas boas e más. Eu gosto particularmente desta. Aquece o coração.





O país que merecemos

A edição deste Domingo da "Pública" traz um artigo sobre o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais. Curiosamente tinha tido ontem à noite, antes do jogo de Portugal, uma conversa exactamente sobre este tópico, interrogando-me onde irá parar este país. Voltarei a este assunto noutros posts, mas vou-me centrar neste artigo.

A presunção de inocência é um direito de qualquer cidadão, mas neste caso existe uma pena de 7 anos de prisão efectiva, da qual Isaltino recorreu. Alguns factos (segundo o artigo):

  1. Oeiras é o concelho do país com mais licenciados e doutorados.
  2. É o terceiro concelho português em qualidade de vida, segundo um estudo da Universidade da Beira Interior.
  3. Isaltino Morais reconheceu em tribunal utilizar dinheiro que sobrou da campanha eleitoral em seu benefício. 400 mil euros depositados na Suíça, dos quais usou algum para comprar alguns bens pessoais.
  4. Existem outras acusações que ditaram a pena, estas não reconhecidas pelo autarca e que creio ser alvo de recurso.

Não tenho a menor dúvida que tem muita obra feita em Oeiras. Isaltino conseguiu desenvolver o concelho, mantendo a qualidade de vida, atraindo muitas empresas de referência para o TagusPark, Quinta da Fonte e Lagoas Park, requalificou a zona ribeirinha, etc.

Mas, triste país este em que se colocam de parte todos os valores morais.

Ser eficiente e competente como autarca é o dever de qualquer um que seja eleito. Ou seja, ter feito bem o seu trabalho não lhe dá o direito de cometer ilegalidades.

Não consigo perceber como, mesmo assim, 32 407 pessoas o reelegeram como presidente da câmara.

Provavelmente, temos o país que merecemos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Zwei sekunden

Há coisas que me irritam e que me deixam nervoso e desgostoso por não viver num sitio melhor. É  o carro mal estacionado e de qualquer maneira, é o pisca que que não se faz, é o "eixo da via" que é um conceito estranho, é a foçanguisse de se meter à frente, sendo que o espaço à frente não é espaço livre mas sim a minha distância de segurança, caneco pá, é um monte de pequenas coisas que tornam a minha existência rodoviária pior.
Estava eu parado no semáforo a gastar o meu tempo com estes maus feitios, quando começa a atravessar a passadeira um gajo deficiente. Pensei cá com os meus botões: "tu és um palerma que pensa que tem problemas com o trânsito". O gajo ia a sorrir. E eu bem sentado, com todos os braços e pernas e cabeça no lugar, fiquei lixado.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Eu sou mesmo um bocado lerdo, e quando disseram Forever confesso que percebi For (inglês) Hiver (francês), e entendi como sendo, por um lado, uma demonstração de poliglotismo, e por outro como uma promessa aos destinatários da mensagem, Para o Inverno.
Promessa cumprida, pecando apenas por alguma antecipação.

Reinvindicação

Eu sou um bocado lerdo, por isso não compreendo a prioridade do Sr. Francisco Assis em legislar sobre o "casamento" homossexual. Acho que, se é só para afrontar instituições seculares sobre o conceito de família e o casamento, há uma mais prioritária: vamos combater a monogamia.
Porque não hão-de, os casais que o entenderem, poder optar por esse regime. Deviam ter a liberdade para o fazer. Ou melhor, eles já o podem fazer, só que legalmente não lhes são reconhecidos direitos como se fossem casados.
Além de responder às pretensões de outras religiões presentes neste nosso estado pretensamente laico, ainda respondia aos anseios sexuais de muita gente (pelo menos na expectativa da quantidade), o que somado, representaria uma minoria maior que a minoria homossexual (ou não, podem andar muitos escondidos).
Enfim, fica a questão.

Nota: parece que a palavra casal já significa um par e, até ver, de homem e mulher, pelo que em poligamia teríamos que rever a definição; passaria a ser como as apostas múltiplas do euromilhões, é uma aposta com várias combinações possíveis.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

No passado domingo fui ver o concerto de Rammstein (não gosto de "perder tempo" a escrever maiúsculas no blog world mas vou fazer um esforço...), para mim que não sou fã do grupo a ida a estes eventos tem uma de três hipóteses: vou acompanhar alguém que gosta (e que a probabilidade de me ter oferecido o bilhete é grande); ganhei bilhetes e não tenho mesmo nada melhor para fazer (nunca aconteceu); "espaço em branco" (gosto de reservar uma terceira hipótese em branco como meio escapatório, não vá o diabo tecê-las). adiante.
A promessa era de muita pirotecnia e de um bom espectáculo de entretenimento para além de boa música (para quem goste do género). Pude observar, como é normal em qualquer concerto, vários espectáculos, mas as primeiras coisas primeiro (esta expressão soa definitivamente melhor em inglês e vou ponderar começar a escrever em inglês não só a expressão mas todo o texto, desde que haja uma destas necessidades de expressão pelo meio)
[por esta altura já estão a pensar que sou incontinente na escrita e sim, tenho dias destes, os deditos começam a teclar e fazê-los parar, é difícil]
o concerto começou com uma alusão à queda do muro de Berlim, o grupo entrou em palco quebrando um muro e atravessando-o, não podiam ter escolhido melhor entrada. a nível de música não foi mau (para quem gosta acho que foi mesmo muito bom). mas todos os espectáculos que pude observar daquele meu lugar sentada (iupi, sentada!) foram muito melhores! Senão vejamos, acho que nunca até hoje num concerto vi fumar tantos charros seguidos uns dos outros, estou em crer que chegaram a acender o próximo com a ajuda do anterior já moribundo; pude observar à minha direita um senhor algo parecido com... vejamos, um senhor de 50 e tal anos, cabelo e barba grisalhos, com os seus talvez 100 kg a curtir Rammstein como se não houvesse amanhã (e ir para casa a ouvir a Antena 2 não!?), do meu lado esquerdo estava aquilo que se poderia considerar um "geek" provavelmente demasiado tímido para qualquer coisa e a curtir Rammstein com uma perninha no degrau de baixo outra no degrau de cima (tinha que suportar a guitarra invisível!) a tocar com o grupo em palco, eis se não quando (deve ter passado alguma coisa por aquela cabeça) e o tipo começa a curtir Rammstein e a bracejar como se fosse um maestro (mas não o da bola ;-) mesmo um maestro daqueles com partituras e batutas). ah, faltava aqui o melhor, mesmo antes dos cabeças de cartaz entrarem em palco um grupo de adeptos (dos bons) cantou (como pôde porque o álcool que deviam ter no corpo não permitia mais) o hino do Benfica e ainda conseguiram juntar mais alguns á sua causa, também isto foi um espectáculo... estas foram alguns dos espectáculos que vi no âmbito do concerto que inicou a tour 2009 dos Rammstein.
Ah, não acho que como espectáculo este concerto tenha sido melhor que o de Marilyn Manson em 2005 no super bock super rock (isso sim um espectáculo no verdadeiro significado da palavra) e apesar de me terem desiludido a seguir no pavilhão atlântico espero ir vê-los em Dezembro ao Campo Pequeno.
Fica aqui uma ou outra foto que tirei com o telemóvel, para que as localizem eu estava no balcão nivel 1 em frente ao palco (portanto na outra ponta).








Palavras difíceis!

Forever

for⋅ev⋅er  /fɔrˈɛvər, fər-/
Show Spelled Pronunciation [fawr-ev-er, fer-]

– adverb
1. without ever ending; eternally: to last forever.
2. continually; incessantly; always: He's forever complaining.

– noun
3. an endless or seemingly endless period of time: It took them forever to make up their minds.

- Idiom
4. forever and a day, eternally; always: They pledged to love each other forever and a day.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Obrigado António Sérgio

Parece-me um excelente modo de iniciar este blog: fazer uma homenagem a um grande homem que nos deixou há cerca de uma semana. Foi com ele que aprendi a gostar de muita da música que mais ouço e foi ele que mais me influenciou nos meus gostos musicais. Foi "companheiro" de muitas noitadas a estudar. Eu que acredito que o maior problema deste país é o seu défice cultural, sem dúvida que ficámos todos mais pobres ao perder um dos maiores divulgadores de música. Há quem lhe chame o John Peel português. Parece-me redutor. É o António Sérgio.

Entrevista à radar:





O Miguel Esteves Cardoso fez uma crónica no Jornal Público de 03.Nov.2009 que, peço desculpa a ambos, mas não resisto a transcrever:

"O som da frente

Com que então, morreu António Sérgio. Ora muito obrigado. Obrigado, Deus, por teres decidido. E obrigado, António, por te teres deixado levar. Veio mesmo a calhar a tua morte. O teu trabalho aqui na terra estava mais do que acabado e, graças a Deus, há centenas de novos Antónios Sérgios para te substituir. Que grande pontaria.

O que andam vocês todos a tramar na afterlife? A afterlife é a mais cool de todas as after hours. Não é música toda a noite e todo o dia: é música toda a cabrona da eternidade. Já lá estava uma redacção de sonho: o Rolo Duarte, o Fernando Assis Pacheco,o Cáceres Monteiro, o Manuel Beça Múrias, o Afonso Praça, a Edite Soeiro, o Eduardo Guerra Carneiro. Com uns colaboradores que já não existem e cujos nomes são tantos e tão grandes que não nomeio sequer um, com medo de vos deprimir com a comparação com a lista dos que ficámos vivos.

Que jornal; que revista; que estação de rádio estão vocês a fazer aí no pós-vida? Não lá em cima, no céu, mas aqui ao lado, paralelamente, no after, no depois, no enquanto estamos a dormir e a viver.

A morte de tanta gente boa faz-me acreditar que, quando cada um de nós morrer, seremos bem recebidos. Haverá bons inéditos; bons jornais; boa música; bom cinema. Imaginem só Bach, Wagner, John Lennon, Ian Curtis, Stockhausen - e, para apreciar e descobrir o resultado, António Sérgio.

Como sempre, adiantaste-te. E nós vamos atrás de ti. Está certo. Foi sempre assim.

Miguel Esteves Cardoso"



Existe uma linha ténue que diferencia a liderança da ditadura. A administração de um blog com mais do que um autor pode cair facilmente num processo ditatorial em que o administrador impõe as regras aos demais. Como o que pretendo como co-autora neste blog é um processo saudável de liberdade de escrita as regras que aqui ficam são simples mas devem ser cumpridas á regra (soa ditatorial? estou só a brincar!)
A norma deve ser esta:
  1. não utilizar o blog para expôr conteúdo ilegal (tinha que dizer esta porque sou co-administradora do sítio);
  2. este não é um blog temático, como tal, o motivo da escrita é livre;
  3. não utilizar o blog para iniciar ou manter discussões obsessivas ou que evidenciem fanatismo;
  4. a norma principal é que acima de tudo cada um dos autores se divirta neste exercício fantástico que é a escrita.